quarta-feira, outubro 15

Dái a César o que é de César



No penúltimo Domingo de Outubro, todos os anos, a Igreja celebra o Domingo Mundial das Missões. Neste dia, nós, os católicos de todo o mundo, oramos, oferecemos sacrifícios e colaboramos com as missões.
EVANGELHO - Mateus 22, 15-21. Naquele tempo, os fariseus reuniram-se para deliberar sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse. Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos, juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus, sem Te deixares influenciar por ninguém, pois não fazes acepção de pessoas. Diz-nos o teu parecer: É lícito ou não pagar tributo a César?». Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu: «Porque Me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo». Eles apresentaram-Lhe um denário, e Jesus perguntou: «De quem é esta imagem e esta inscrição?». Eles responderam: «De César». Disse-lhes Jesus: «Então, dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus».
A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum convida-nos a reflectir acerca da forma como devemos equacionar a relação entre as realidades de Deus e as realidades do mundo. Diz-nos que Deus é a nossa prioridade e que é a Ele que devemos subordinar toda a nossa existência; mas avisa-nos também que Deus nos convoca a um compromisso efectivo com a construção do mundo. O Evangelho ensina que o homem, sem deixar de cumprir as suas obrigações com a comunidade em que está inserido, pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
O centro do Evangelho de hoje está na pergunta: É lícito ou não pagar o imposto a César? Quem faz esta pergunta são os discípulos dos fariseus e alguns do partido de Herodes. A pergunta é maldosa. Os fariseus são os mandatários. É uma cilada que eles armam para apanhar Jesus. Jesus vem desmascarando a justiça deles e eles querem eliminar Jesus de todo o jeito. Os do partido de Herodes apóiam o domínio de César. Os fariseus ficam em cima do muro tirando vantagem da situação; acham que basta cumprir a lei para serem fiéis a Deus e fecham os olhos diante de sua cumplicidade na exploração do povo.





Reflexão -
"DÁI A DEUS O QUE É DE DEUS"! - EVANGELHO COMENTADO
29º Domingo do Tempo Comum - Evangelho de Mt 22,15-21
O contexto deste trecho é o das controvérsias de Jesus com os chefes religiosos do judaísmo. São contraposições entre exigências humanas consideradas válidas e determinantes (pagar ou não imposto a César, saber qual é o maior mandamento, etc.) e a relação delas com Deus, que tem a primazia sobre todo o resto. Jesus não dá uma resposta afirmativa ou negativa à pergunta sobre o imposto a César (além disso, ele conhece a intenção que provocou a pergunta!), mas à luz da revelação bíblica propõe o seu ensinamento a respeito do homem e as exigências de Deus. No centro do ensinamento de Jesus está Deus, criador do homem e Senhor da história. Ao lado dele está o homem, criado “à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1,27).
Para Jesus, esse é o absoluto e esse é o centro da sua pregação. César tem a sua imagem e a sua inscrição na moeda: é justo e obrigatório restituir a César a moeda com tudo o que ela significa (os vários serviços que o cidadão recebe do Estado). Deus tem a sua imagem e inscrição no homem: o homem deve ser dado a Deus.
A principal questão da pregação de Jesus não é o imposto a César (ou questões parecidas), mas é compreender que todas as escolhas decisivas do homem devem ser orientadas para Deus, sem reservas, compromissos ou contratos (segundo os quais se dá a Deus somente tudo aquilo que é “espiritual” e todo o resto é gerido por conta própria). “Dar a Deus o que é de Deus” não significa outra coisa senão nos tornarmos conscientes que a condição primária do homem é a de ser “imagem de Deus”. Todo o resto deve ser avaliado a partir desse absoluto.
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