sexta-feira, julho 18

16º Domingo do Tempo Comum 20/07/2008

E o joio, caso não saibam, é uma planta gramínea (Lolium Temulentum) que nasce entre o trigo, parece até com o trigo, mas o danifica. Uma legítima erva daninha, ou erva danadinha.E o problema principal é que, ao crescer, o joio se enraiza com o trigo. Se for simplesmente arrancar o joio, provavelmente danificará o trigo. Situação difícil. Por isso, o fazendeiro da parábola diz para esperarem até a colheita, quando poderão, então, separar o joio do trigo.

Jesus contou outra parábola. Ele disse ao povo:

- O Reino do Céu é como um homem que semeou sementes boas nas suas terras. Certa noite, quando todos estavam dormindo, veio um inimigo, semeou no meio do trigo uma erva ruim, chamada joio, e depois foi embora. Quando as plantas cresceram, e se formaram as espigas, o joio apareceu.

Aí os empregados do dono das terras chegaram e disseram: "Patrão, o senhor semeou sementes boas nas suas terras. De onde será que veio este joio?"

- "Foi algum inimigo que fez isso!", respondeu ele.

- E eles perguntaram: "O senhor quer que a gente arranque o joio?"

- "Não", respondeu ele, "porque, quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo. Deixem o trigo e o joio crescerem juntos até o tempo da colheita. Então eu direi aos trabalhadores que vão fazer a colheita: 'Arranquem primeiro o joio e amarrem em feixes para ser queimado. Depois colham o trigo e ponham no meu depósito.' " Jesus contou outra parábola. Ele disse ao povo: - O Reino do Céu é como uma semente de mostarda, que um homem pega e semeia na sua terra. Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas. Ela até chega a ser uma árvore, de modo que os passarinhos vêm e fazem ninhos nos seus ramos.

Jesus contou mais esta parábola para o povo:

- O Reino do Céu é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa. Jesus usava parábolas para dizer tudo isso ao povo. Ele não dizia nada a eles sem ser por meio de parábolas. Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta tinha dito:

"Usarei parábolas quando falar com esse povo e explicarei coisas desconhecidas desde a criação do mundo.

" Então Jesus deixou a multidão e voltou para casa. Os discípulos chegaram perto dele e perguntaram:

- Conte para nós o que quer dizer a parábola do joio.

Jesus respondeu: - Quem semeia as sementes boas é o Filho do Homem. O terreno é o mundo. As sementes boas são as pessoas que pertencem ao Reino; e o joio, as que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeia o joio é o próprio Diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os que fazem a colheita são os anjos. Assim como o joio é ajuntado e jogado no fogo, assim também será no fim dos tempos. O Filho do Homem mandará os seus anjos, e eles ajuntarão e tirarão do seu Reino todos os que fazem com que os outros pequem e também todos os que praticam o mal. Depois os anjos jogarão essas pessoas na fornalha de fogo, onde vão chorar e ranger os dentes de desespero. Então o povo de Deus brilhará como o sol no Reino do seu Pai. Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.


Reflexão:

Deus espera pacientemente a conversão do pecador. Orando no Espírito como filhos e filhas de Deus, deixamo-nos iluminar pela sua palavra, que não nos permite agir precitadamente e arrancar o joio antes da hora. Devemos de ter a consciência que, na comunidade, convivem o trigo e o joio.Nesse sentido, devemos perceber que o poder de Deus se mostra na capacidade de perdoar e que o Espírito Santo nos auxilia em nossas fraquezas. Assim, devemos aprender com Deus a sermos pacientes e perseverantes.


Comentário do Evangelho

Segundo a tradição messiânica do judaísmo, o povo esperava a vinda de um líder, o messias. Ele viria para reunir em torno de si os justos, fieis do judaísmo, e condenar e destruir os inimigos e os pecadores. Os discípulos estavam sob a influência desta ideologia. Esperavam que Jesus fosse esse messias. Jesus dirige a todos a sua parábola do trigo e do joio procurando demove-los deste mau entendimento. Não cabe aos discípulos separar pecadores (joio) de justos (trigo). Seria um equívoco que prejudicaria os próprios justos. Aos discípulos cabe cultivar a seara deixando a Deus o julgamento final. Esta parábola, entendida de maneira mais profunda, leva à remoção de qualquer julgamento discriminatório ou condenatório. Acolhendo a todos com a clemência de Deus (primeira leitura) abrem-se as portas da verdadeira esperança e comunica-se a vida e o amor, sem discriminações.


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