terça-feira, maio 13

Santíssima Trindade


Domingo 18/05/2008:

Santíssima Trindade

Cor Litúrgica: Branca

1ª Leitura: Êxodo 34, 4-6, 8-9

Salmo: Daniel 3

2ª Leitura:

2 Coríntios 13, 11-13

Evangelho: João 3, 16-18


Em continuidade ao diálogo de Jesus com Nicodemos, o evangelista João apresenta uma fala de Jesus sobre o imenso amor de Deus que, em Jesus, quer comunicar a vida eterna a todos que nele crerem. É este o anúncio fundamental do evangelho de João. O texto é um convite à conversão. Coloca em confronto as duas opções: aquele que crê e aquele que não crê; aquele que pratica a verdade e se aproxima da luz, e aquele que pratica o mal e ama as trevas. Cabe ao leitor fazer sua opção. O objeto do amor de Deus é o mundo. O termo "mundo" (kósmos, no grego) é um conceito da cultura helênica, sem correspondente na cultura semita. No Novo Testamento, tem sentidos diversos. Pode indicar toda a criação, ou a Terra apenas, mas com a centralidade na humanidade. Na criação, Deus viu que tudo era bom. Agora, com imenso amor doa seu Filho, portador da vida eterna, ao mundo. Como se trata de uma relação interpessoal de amor, a receptora deste dom é a humanidade, e o dom é a vida eterna divina, em Jesus.Está em questão a condenação ou a salvação. A salvação, na tradição de Israel, diz respeito ao resgate do castigo e da condenação dos ímpios pecadores. Com Jesus, esta idéia de salvação vai sendo didaticamente substituída pelo anúncio do dom da vida eterna. O estar condenado ou não estar condenado é substituído pelas atitudes de não crer ou crer em Jesus, Filho único de Deus. Quem crer em Jesus recebe o dom da vida eterna. Quem não crer exclui-se deste dom. O Pai que "entrega" seu Filho ao mundo para que o mundo seja salvo, foi entendido nas categorias do judaísmo como oferta sacrifical. Jesus seria sacrificado na cruz nos moldes dos cordeiros no altar do Templo de Jerusalém ou como Isaac que é levado ao sacrifício de obediência por seu pai Abraão. Cruel compreensão! Deus é amor e comunica a vida por meio da misericórdia, do diálogo, da acolhida, do perdão, e não pela morte de animais ou de humanos! Seu Filho Jesus não vem para condenar, mas, como portador do amor divino, vem, no Espírito Santo, para comunicar a vida aos homens e mulheres. É um renascer para a eternidade, é a ressurreição. O crer é a porta para a vida eterna. Crer no nome do Filho é seguir Jesus. É ser portador da misericórdia e da vida ao mundo. É viver o amor na comunidade, desvelando a presença do amor de Deus no mundo. Na solidariedade e na fraternidade, gera a paz verdadeira (segunda leitura) que desmascara a "paz imperial", que hoje sacrifica os povos do mundo. Os discípulos eram do mundo, mas foram libertados de seu poder e de sua ideologia pela adesão ao projeto de Jesus. Eles são a semente do novo mundo possível.



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