terça-feira, julho 1

14º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Hoje temos o privilégio de receber um convite de Jesus. Muitas vezes sentimo-nos orgulhosos, simplesmente porque recebemos um convite de uma pessoa que nos conhece, como por exemplo: um convite de aniversário, casamento, bodas, ou um convite para disputarmos ou ocuparmos um cargo político etc. Recebemos tantos convites enganosos... Mas somente o convite de Jesus é sobrecarregado de bondade e humildade; sinceridade e verdade...


Cor Litúrgica: Verde

1ª Leitura: Zacarias 9, 9-10

Salmo: 144/145

2ª Leitura:Romanos 8, 9. 11-13

Evangelho: Mateus 11, 25-30


Naquela ocasião Jesus disse:

- Ó Pai, Senhor do céu e da terra, eu te agradeço porque tens mostrado às pessoas sem instrução aquilo que escondeste dos sábios e dos instruídos! Sim, ó Pai, tu tiveste prazer em fazer isso.

- O meu Pai me deu todas as coisas. Ninguém sabe quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém sabe quem é o Pai, a não ser o Filho e também aqueles a quem o Filho quiser mostrar quem o Pai é.

- Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso. Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que eu ponho sobre vocês é leve.


Comentário do Evangelho

A oração e o convite de Jesus

Na primeira parte do evangelho de hoje (vv. 25-27), temos uma breve oração de louvor, de Jesus, com a afirmação da união de conhecimento entre o Filho e o Pai. Este texto, está também, praticamente com as mesmas palavras, no evangelho de Lucas, com um estilo estranho ao estilo literário dos evangelhos sinóticos. Encontramos semelhanças de estilo nas seguintes passagens do evangelho de João: dirigir-se diretamente ao Pai, em oração de louvor (Jo 11,41b-42); tudo entregue pelo Pai e a revelação do Filho (Jo 17,6), o conhecimento entre o Filho e o Pai (Jo 17,25-26). Jesus dá testemunho do Pai diante de todos. A vontade do Pai é que todos o acolham. Contudo surge uma separação entre os "sábios e entendidos" e os "pequeninos". Os sábios e entendidos são os auto-suficientes das elites judaicas e os poderosos das cidades. Estes estão bem instalados em seus privilégios e não querem mudanças. Os pequeninos são os pobres bem-aventurados, privados e carentes, em busca do socorro de Deus e ansiosos pela mudança do sistema de opressão. Completando a oração, Jesus afirma a sua união de conhecimento com o Pai, que é a fonte da sua revelação ao mundo. Em Deus, conhecer e amar são inseparáveis. A experiência missionária confirma que os pobres estão mais disponíveis para acolherem as propostas do Reino para a transformação do mundo. Depois da sua ação de graças com alegria, Jesus convida a todos ao seu seguimento. O descanso e o alívio são convincentes motivos para este seguimento. Os discípulos suportavam o fardo da religião do Templo e da sinagoga. Era uma religião de observâncias que oprimiam e excluíam. Pela adesão à novidade de Jesus, no seu convívio, na amizade, na fraternidade e na prática do serviço, os discípulos encontram a alegria. No mundo também vigora o pesado fardo da ideologia do poder e do sucesso. É a ideologia mantida pelos donos do poder em vista da submissão dos oprimidos. O mundo oferece a todos a sedução da riqueza e do poder. Correndo atrás destas ofertas as pessoas se isolam e seus corações são carregados com os fardos da ansiedade e da angustia. A paz comunicada por Jesus, tão desejada por todos (cf. primeira leitura), até hoje não foi encontrada por Israel, que, fixo na idéia de "povo eleito", ainda prioriza a violência e a guerra. Na segunda leitura prevalece o dualismo carne x espírito. Como fruto da encarnação do Filho de Deus, é no coração humano de Jesus, manso e humilde, que se encontra o repouso e a paz.


APROFUNDANDO NA REFLEXÃO:

A introdução deste texto do Evangelho de hoje é dirigida ao Pai como Senhor do céu e da terra. O fato de que Jesus chamara a Deus de Pai rflete a confiança e a aproximação que tinha com ele.

O Reino revelado ao simples; mas, em que consiste essa revelação ao simples? O Pai conhece o Filho em profundidade e o rvela em dois momentos culminantes de sua vida, nos quais, por meio da voz celeste revela a sua condição de Filho único e amado: o Batismo e a Transfiguração.

Jesus enche-se de alegria porque os simples reconhecem o Reino de Deus. De fato, não é a instrução que nos faz entender a Cristo, mas a pureza de coração.Um coração purto pode compreender as recelações divinas e fazer delas um bem, um ideal, ao passo que a mera erudição e um coração poluído pelas ambições políticas, sem a conversão da vida, reduz a fé cristã a conceitos intelectuais e a uma mera peça de jogo de interesses, e nada tem a ver com a mensagem de Cristo.

Jesus convida a todos os que estão cansados e sobrecarregados pelo ensino desses sábios e entendidos de política, para se aproximarem dele. Ele se apresednta como Mestre, mas não a estillo dos letrados; Ele se apresenta como um homem do povo, mas não como político sagaz e ambicioso que visa os próprios interesses buscando dominar e enganar as pessoas.Jesus não é violento, mas humilde; Jesus não é falso e muito menos mentiroso como tantos políticos, mas humilde e verdadeiro em suas propostas de vida para todos, em contraposição ao orgulhos dos mestres da lei de Israel e, ainda, em contraposição ao modelo político que gera a morte.

Em contraposição ao modelo de vida mentirosa a que muitos de nós somos capazes, Jesus nos convida a aceitar seu modelo de vida, seu jugo, pois essa é uma imagem das exigências que derivam de sua menagem.

O seu jugo é suave, não é como a da lei proposta pelos letrados, e sua carga é leve: não como aquela que os políticos nos submetem.Jesus convida todos a se aproximarem dele diretamente e não por meio da lei injusta e corrupta que se contrapõe ao seu modelo de vida.

A aceitação e o desprezo de Jesus continuam sendo um fato na época dos evangelistas, mas isso não quer dizer que a nossa época está isenta do julgamento de Cristo.

Mateus, por meio desse relato, dirige um convite aos cristãos de sua época e da nossa, para que acolhamos a Jesus com simplicidade, não importa quem somos ou que cargos ocupamos em nossa vida profissional ou política, porém, que possamos viver sempre unidos a ele, tendo-o como modelo e Mestre.Temos que ter a consciência que o coração de Deus tem sempre tempo para amar, para nos amar e é nossa esperança, vida e salvação. Contudo, não devemos abusar desse amor que Deus tem para com cada um de nós.



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