quinta-feira, outubro 2

27º domingo do tempo comum








5 DE OUTUBRO DE 2008

Recebemos de Deus a missão de cultivar a vinha de Cristo e devemos ser um povo que saiba produzir frutos. Por isso, domingo nos reunidos para celebrar o Dia do Senhor. Realizando o encontro com o Cristo ressuscitado, renovamos nossas forças para cumprir nossa missão e corresponder ao que Deus espera de nós.

LEITURA (Is 5,1-7)
SALMO RESPONSORIAL 79(80)
LEITURA (Fl 4,6-9)
EVANGELHO (Mt 21,33-43)

Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes
e aos anciãos do povo:
33 “Escutai esta outra parábola:
Certo proprietário plantou uma vinha,
pôs uma cerca em volta,
fez nela um lagar para esmagar as uvas
e construiu uma torre de guarda.
Depois, arrendou-a a vinhateiros,
e viajou para o estrangeiro.
34Quando chegou o tempo da colheita,
o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros
para receber seus frutos.
35Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados,
espancaram a um, mataram a outro,
e ao terceiro apedrejaram.
36O proprietário mandou de novo outros empregados,
em maior número do que os primeiros.
Mas eles os trataram da mesma forma.
37Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho,
pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’.
38Os vinhateiros, porém, ao verem o filho,
disseram entre si: ‘Este é o herdeiro.
Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!’
39Então agarraram o filho,
jogaram-no para fora da vinha e o mataram.
40Pois bem, quando o dono da vinha voltar,
o que fará com esses vinhateiros?”
41Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam:
“Com certeza mandará matar de modo violento
esses perversos
e arrendará a vinha a outros vinhateiros,
que lhe entregarão os frutos no tempo certo”.
42Então Jesus lhes disse:
“Vós nunca lestes nas Escrituras:
‘A pedra que os construtores rejeitaram
tornou-se a pedra angular;
isto foi feito pelo Senhor
e é maravilhoso aos nossos olhos’?
43Por isso eu vos digo:
o Reino de Deus vos será tirado
e será entregue a um povo que produzirá frutos”.
- Palavra da Salvação.
T. Glória a vós, Senhor.

Reflexão do Padre Paulo

Estamos iniciando o mês de outubro, dedicado na Igreja como o mês missionário e o mês do Santo Rosário. A oração nos coloca em comunhão com Deus, estar na sua intimidade e ser fortalecidos pelo seu amor e, a missão tem por objetivo apresentar Deus para o mundo, promover VIDA para todos.
A Liturgia da Palavra continua apresentando o tema da Vinha, que hoje vai representar Israel, o povo eleito, precursor da Igreja que é o novo povo eleito de Deus – somos parte integrante desse povo, que como Igreja se reúne para celebrar a fé. As leituras de hoje, portanto falam do Amor de Deus por nós, que somos a sua Igreja.
Isaías, na primeira Leitura, apresenta o cântico que exalta o amor do Senhor pela sua vinha, ou seja, por cada um de seus filhos que formam o povo escolhido de Deus. Este é um dos poemas mais bonitos de todo o Antigo Testamento.
É um lindo poema composto pelo Profeta, onde o amigo (isto é, o profeta) do esposo canta as decepções e a não-correspondência por parte de quem se esperava uma resposta de amor.
Um agricultor escolheu o terreno mais adequado, escolheu cepas da melhor qualidade, tomou todos os cuidados necessários para que pudesse colher os frutos esperados – frutos belos e bons, esse era o sonho do agricultor. Tamanha foi sua decepção: só deu uvas azedas, selvagens. E se lamenta, manifestando sua dor e o sofrimento de quem amou e não foi correspondido. Que devia fazer mais? Sua reação, permitindo que seu amor se transforme em ódio, foi derrubar o muro de proteção e abandonar os cuidados de sua vinha.
Esse poema exprime a intensidade do amor de Deus e a tragédia que o pecado causa. Os frutos que o Senhor esperava eram o direito e a justiça e não encontrou, ao invés, viu “uvas amargas”: pecados, infidelidade, opressão, mentira. Muitas manifestações religiosas, sem uma verdadeira adesão a Deus. O castigo que Deus permitiu: a invasão dos assírios e depois dos babilônios que destruíram a vinha e deportaram os israelitas.
O que Deus espera de nós? Quais frutos que Ele quer colher em nossa vida? À semelhança da comunidade de Filipos, somos convidados a fazer das nossas celebrações um espaço onde aprendemos a ser ternos apesar dos conflitos e a discernir o bem que está sendo feito. Na segunda Leitura, São Paulo apresenta uma lista de virtudes humanas, que os cristãos devem cultivar na própria vinha.
Paulo nos dá uma resposta: “Tudo que é verdadeiro, respeitável, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude, tudo isso seja objeto de vossos pensamentos." Se sentirmos medo ou cansaço, o Senhor nos convida a uma grande confiança nele: não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações acompanhadas de ação de graças.
No Evangelho, Jesus retoma e desenvolve o poema da VINHA. Desenvolve essa parábola inserindo nela os vinhateiros ingratos e violentos, que estavam cuidando da vinha do Senhor, porém tinham o coração endurecidos e gananciosos.
Um Senhor planta uma vinha com todo o cuidado e tecnologia possível e necessária e, confia a uns vinhateiros, profundos conhecedores da profissão. Chega o tempo da vindima, manda seus funcionários para buscarem a colheita, nesse momento o patrão conhece a dureza do coração daqueles que ele havia contratado para cuidar da sua vinha – aí vem a surpresa. Não entregam os frutos, maltratam os funcionários que foram enviados, não respeitam nem o próprio filho do dono. Chegam a matá-lo. A “vinha” não será destruída, mas os trabalhadores serão substituídos.
Essa parábola ilustra as recusa de Israel ao projeto de salvação de Deus. Quem são os personagens desse Evangelho: a vinha é o Povo de Deus (Israel), o dono é Deus, que manifestou muito amor para com a sua vinha, os vinhateiros são os líderes do povo judeu, os enviados e o Filho do dono da vinha são os profetas e o próprio Jesus, que foi morto por vontade dessas autoridades.
Trazendo para nossas comunidades, essa liturgia de hoje é um convite para compreendermos qual é o sonho de Deus para nós. Ele que sejamos sempre a sua vinha e que produzamos frutos de justiça e direito. Ainda hoje devemos testemunhar diante do mundo, em gestos de amor, de acolhimento, de compreensão, de misericórdia, de partilha, de serviço, a realidade do Reino, que Jesus veio propor.
Pe. Paulo Henrique Facin

Nenhum comentário: