quinta-feira, junho 19

12º DOMINGO DO TEMPO COMUM - De quem devemos ter medo


1ª Leitura: Jeremias 20, 10-13

Salmo: 69/68

2ª Leitura: Romanos 5, 12-15

Evangelho: Mt 10,26-33


Não tenhais medo daqueles que matam o corpoApós as instruções aos doze discípulos enviados em missão, Jesus adverte-os sobre as dificuldades e perseguições que sofrerão dos chefes religiosos de Israel. Essas advertências coletadas por Mateus destinam-se ao fortalecimento e estímulo de suas comunidades. O texto de Mateus, na sua forma literária, utiliza o contraste para acentuar a dimensão do anúncio: oculto x revelado; escuridão x luz do dia; ao pé do ouvido x sobre os telhados.Os discípulos, com despojamento, devem proclamar o anúncio libertador que receberam de Jesus, sem nenhum temor daqueles que detêm o poder, pois o Pai os tem em conta mais do que tudo. Não se trata de disputar o poder com o opressor, mas sim de nunca deixar de proclamar a mensagem libertadora dos oprimidos, sem ódio, nem medo da própria morte.A novidade de Jesus suscitará represálias e perseguições dos que estão instalados no poder e na sua tradição. É a vivência das bem-aventuranças. São os pobres, anunciadores da paz, que sofrem perseguições por sua sede de justiça e por sua fidelidade a Jesus. O testemunho profético de Jeremias e seu abandono nas mãos de Deus (primeira leitura) pode confortar os que são fiéis e perseverantes em sua missão. Jesus não sugere que os discípulos se fixem em um confronto direto com os perseguidores. A prática a ser adotada é a perseverança no testemunho do amor libertador e vivificante, no convívio com os pobres e excluídos. O Pai não abandona seus amados. Mais do que aos pássaros, o Pai está atento e cuida dos discípulos (cf. Mt 6,25-34). A repressão sofrida pelos discípulos pode ser tão violenta a ponto de serem mortos. Porém a morte, fruto do pecado, é superada pela graça de Deus (segunda leitura). A insegurança, não só diante da morte, mas diante da própria vida, comumente leva ao apego aos bens terrenos. Porém o abandono confiante nas mãos de Deus liberta para o seguimento de Jesus no serviço à vida, na comunhão de amor com o Pai. A quem se declarar por Jesus diante dos homens, é dado o dom da vida eterna, pois Jesus se declarará por ele diante do Pai.

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