domingo, junho 1

Ser Freira no século XXI


Você já parou para pensar em como seria viver em uma casa com um monte de meninas, longe dos seus pais e sem namorado?

Pois é, algumas meninas escolhem uma vida assim. Elas estudam para se tornar freiras, optam por doar suas vidas para ajudar as pessoas e se dedicar a Deus. São meninas alegres e bem humoradas. As Filhas de São Paulo, conhecidas como Irmãs Paulinas, fazem parte de uma congregação religiosa de mulheres que buscam por meio da comunicação ajudar a construir uma sociedade melhor. Se você pensa que elas têm uma vida muito diferente da sua, está completamente enganada. Elas estudam, trabalham e se divertem. Só que optaram por um estilo de vida diferente. Mas elas assistem TV, comem no McDonalds, jogam vôlei, lavam louça, viajam e trabalham como qualquer menina da nossa idade.


Como vocês descobriram que queriam ser freiras? E como a família de vocês recebeu a notícia?


Irmã Ana Paula Ramalho.

Eu já participava da comunidade (um grupo da igreja que tem atividades para os fiéis) e senti que precisava me doar mais para as pessoas, doar toda a minha vida. Eu conheci as Paulinas e me identifiquei com o trabalho que elas fazem. Ajudar as pessoas com a própria vida e com a comunicação. Eu tive apoio dos meus pais, eles só pediram para eu esperar um pouco, porque me achavam muito jovem, mas eles me apoiaram, assim como meus amigos. Claro, fizeram muitas perguntas, mas ficaram do meu lado.


Como é o dia-dia de vocês?


Irmã Ana Paula:

Nós estudamos em casa assuntos próprios da congregação. Cada uma tem sua função. Eu trabalho no editorial, no setor de artes e livros.


Vocês sofrem muito preconceito?


Irmã Ana Paula:
As pessoas têm um pré-conceito já formado. Elas não têm consciência e muitas, mesmo que se interessem, não conseguem entender (o que somos). A imagem que se tem é de pessoas que sofrem muito, caladas, não tiveram sorte no amor e na verdade é o contrário, a gente é muito feliz, nós estamos aqui por isso, porque isso nos faz feliz. As pessoas não têm nem a curiosidade de saber como é a vida religiosa. Falam aquilo que já têm na cabeça e os meios de comunicação também passam isso. Se você for olhar, eles passam uma imagem supernegativa de um grupo religioso. É muito difícil para as pessoas entenderem. Eles acham que as freiras estão completamente isoladas do mundo, ou seja, não sabem o que está se passando. É muito pelo contrário.

E como fica a família de vocês?

Irmã Ana Paula:
Nós temos férias uma vez por ano. Mas eles podem nos visitar quando quiserem.

Sistema para se tornar uma freira na Congregação das Irmãs Paulinas:

Aspirantado: dura dois anos e serve para as meninas conhecerem o trabalho da congregação.

Postulado: dura dois anos e serve para conhecer a si própria, para ver se realmente tem condições de seguir a missão.

Noviciado: dois anos, é a experiência de vida, estuda as constituições e a questão dos votos.

Professa por um ano: é um voto temporário de castidade, pobreza e obediência que ela vai renovar todo ano durante cinco anos.

Votos perpétuos: é quando ela se torna freira.



Nenhum comentário: