sábado, março 22

Cerimônia de Lava Pés - 2008


























































No dia 20 de março, Quinta-feira, foi celebrada a tradicional Missa do Lava Pés, iniciando às celebrações do Tríduo Pascal da Semana Santa 2008, que relembra a última ceia de Jesus com seus apóstolos, dando ênfase à ação de Jesus quando lavou os pés de seus discípulos durante a ceia e à instituição da eucaristia. O mistério da redenção de toda a humanidade se resume na paixão, morte e ressurreição do Filho do Homem: Jesus. Neste mesmo dia celebramos a Instituição da Sagrada Eucaristia que nos ensina que não nos é possível partilhá-la se não tivermos humildade para lavar e beijar os pés de nossos irmãos.
A celebração começou com a procissão de entrada, reunindo um grande número de ministros da Eucaristia, juntamente com o padre Cézar e o Diácono Wilson. O comentário inicial ficou por conta da Irmã Ana Paula que visitava a cidade e sua família.

Essa missa relembra a Santa Ceia de Jesus com seus apóstolos, dando também uma alusão a um gesto especial de Cristo naquele momento: o de lavar os pés de seus amigos.
Após a leitura do Evangelho , Pe. Cézar, repete o gesto de Cristo ao lavar os pés de pessoas da comunidade, gesto de humildade e serviço.

Após a comunhão, outro momento marcante aconteceu: A transladação do Santíssimo Corpo de Jesus. Onde todos, em profundo silêncio e emoção, acompanharam a procissão que caminhava levando a Hóstia Santa para outro local.
Com toda a certeza foi um momento marcante navida dos fiéis que ali se encontravam.

Reflexão:
O primeiro versículo do capítulo 13 é uma espécie de síntese de toda a segunda parte do evangelho. Fala-se da festa da Páscoa, que já não é a "Páscoa dos judeus" e sim a de Jesus. A palavra "Páscoa" significa "passagem".

Jesus vai passar deste mundo para o Pai. É a sua hora, a sua Páscoa. Essa "hora" se caracteriza pelo amor: "Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (13,1), ou seja, até as últimas conseqüências do gesto de amar, até afirmar, na cruz,: "Tudo está realizado" (19,30).O que vem a seguir é explicação e aprofundamento do que significa "amar até o fim". Temos, assim, o episódio do lava-pés. O lava-pés acontece dentro de uma refeição fraterna. No evangelho de João não se trata da Páscoa judaica. É uma simples refeição, símbolo da partilha e da fraternidade que reina entre as pessoas que se amam.


Todavia, entre essas pessoas há quem não sintoniza com a fraternidade e a partilha: é Judas Iscariotes, do qual já ouvimos falar que era ladrão. O diabo, ou seja, o desejo e a ganância de ter e acumular tomou conta dele. Por isso está disposto a trair Jesus (13,2).


A refeição já começou. Em meio ao jantar, Jesus se levanta, tira o manto, pega uma toalha e a amarra na cintura. Pega água e uma bacia, e começa a lavar e a enxugar os pés dos discípulos. Naquele tempo, somente as pessoas livres é que se sentavam para tomar refeição. Jesus, portanto, está agindo consciente e livremente. Tirar o manto significa abrir mão de todo privilégio ou posição social. Ele se esvazia completamente, e se põe a fazer o que faziam os escravos não-judeus ou as mulheres, pois eram eles que deviam lavar os pés de seus senhores.

O evangelho não diz quem foi o primeiro a ter os pés lavados (será que não foi você?). Isso é sinal de que Jesus não privilegia ninguém. Todos recebem seu amor-serviço de modo igual e imparcial, inclusive o traidor.

Entra em cena Simão Pedro. Ele, desde seu primeiro encontro com Jesus, recebe um nome novo (cf1,42). Isso significa que Simão Pedro representa aquelas pessoas que seguem a Jesus, mas ainda não se "encontraram", não acharam sua identidade de discípulo. è por isso que Simão Pedro reage com energia. Ele continua acreditando que é muito normal que numa comunidade alguns sejam senhores e outros sejam servos, os primeiros cheios de direitos e os segundos cheios de deveres. Ele crê piamente numa sociedade de disiguais. Por isso não admite que o Senhor lhe lave os pés. A resposta de Jesus põe Simão Pedro diante de uma opção: na comunidade, não participa do projeto de Jesus aquele que crê e age como se estivesse numa sociedade de desiguais: "Se eu não o lavar. você não terá´parte comigo" (13,8).


Simão Pedro cede, mas certamente ainda não entendeu o alcance do gesto de Jesus: "Senhor, então podes lavar não só os pés, mas até as mãos e a cabeça" (13,9). A questão é esta: Será que Simão Pedro está disposto a solidarizar com Jesus até o fim? A narrativa da paixão irá mostrar que Simão ficou extremamente frustrado com Jesus. Por isso negará três vezes ser discípulo dele.Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus retoma o manto e senta de novo à mesa, ou seja, volta à condição de pessoa livre. Aqui há um detalhe importante: o evangelho não diz que Jesus tenha tirado a toalha, símbolo do serviço por amor. Temos a impress~]ao de que ele vestiu o manto por cima da toalha. Esse pormenor é muito significativo, pois o serviço de Jesus continuará até a cruz. Pouco antes de morrer dira: "Tudo está realizado" (19,30). O lava-pés de Jesus termina na cruz, na entrega da vida por amor. Seu serviço será completo quando der a vida totalmente.


O que vem em seguida tem valor de testamento: "Vocês compreenderam o que acabei de fazer? Vocês dizem que eu sou Mestre e Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. Pois bem: eu, que sou o Mestre e Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. Eu lhes dei o exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz" (13, 12-15). Há diferença entre Jesus e seus discípulos: ele é o Mestre e o Senhor; eles os seus amigos. Mas essa diferença não é motivo para dominação. O mestre e Senhor fez-se servo para doar a vida. Como deverão ser os que pretendem segui-lo? Qual deverá ser a prática dos discípulos de Jesus?

Estamos nos preparando para a Páscoa, desejo que Jesus esteja vivo em todos os corações aquecendo-os para que juntos, sejamos capazes de construir um mundo mais pacífico e humano.
Deixo um grande abraço a todos.


Que a Paz de nosso Deus envolva hoje e sempre o seu coração e toda a sua vida.
Amém!



Ana Lúcia Luciano Felipe
















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