A ressurreição de Lázaro é o último dos sete sinais e, ao mesmo tempo, o ponto alto da prática libertadora de Jesus. De fato, a ação de Jesus é libertar de tudo o que oprime o ser humano. E no sétimo sinal ele liberta Lázaro da morte, vencendo uma barreira que parecia insuperável.
1ª Leitura: Ezequiel 37, 12-1
Salmo: 129 (130)
2ª Leitura: Romanos 8,8-11
Evangelho: João 11. 1-45
"Se creres, verás a Glória de Deus"O relato da ressurreição de Lázaro é um sinal que proclama Jesus como a Ressurreição e a Vida. Quem nele crê tem a vida autêntica: se está morto ressuscita, se está vivo nunca morrerá. O encontro de Jesus com Lázaro é o sinal e o espelho do encontro de Jesus com os homens e com as mulheres: pela fé em Jesus a vida do homem e da mulher torna-se autêntica, abrindo-se para a vida de Deus. Lázaro é a figura de todos nós e de nossa situação. Jesus está diante da morte de um amigo e diante de sua própria morte.Jesus se entristece, chora e reage, revelando-nos a força de Deus, que estava nele, para beneficiar a todos nós.As três pessoas - Lázaro, Marta e Maria - são a própria humanidade envolta em situações de morte. A doença de Lázaro é a doença do mundo, suas amarras são as amarras de todas as pessoas impossibilitadas de andar e viver.Jesus ressuscita Lázaro não apenas por uma questão de amizade, mas para mostrar que a vitória sobre a morte faz parte do plano salvífico do Pai. Jesus é o instrumento dessa vontade do Pai. Quem nele crê participa já de sua Vida e de sua Ressurreição.João nos dá o recado mais importante de toda a narrativa. Jesus disse: "Quem crê em mim, ainda que morra viverá". É a garantia solene de que a fé em Cristo conduz à vida. É a mensagem central do sinal (milagre).Para Jesus, a morte não é o fim. Há dois modos de ver a morte: um representado por Marta e Maria e o outro por Jesus. Para elas a morte é uma barreira insuportável, intransponível. Para Jesus se assemelha a um sono, do qual será f´cil despertar. A finalidade do sinal (que é milagre) é revelar algo de Jesus: que "Ele é a Ressurreição e a Vida".
Portanto, o Evangelho deste domingo é uma questão determinante para a nossa existência de cristãos, ou seja, é a afirmação de que não há morte para os "amigos" de Jesus. Isto é, para aqueles que acolhem a sua proposta e que aceitam fazer de sua vida uma entrega ao Pai e um dom para os irmãos, pois a ação libertadora de Jesus implica nossa prática de libertação: dessamarrar as pessoas de todos os laços que as prendem a uma situação de morte. Assim agindo, estaremos continuando o que Jesus fez, a fim de que todos tenham vida em abundância.
Os "amigos" de Jesus experimentam a morte física; mas essa morte não é destruição e aniquilação: é a apenas uma resposta de Deus a todos que fazem opção pela vida: "Escolhe, pois a Vida"
por Ana Lucia
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