terça-feira, setembro 2

Correção fraterna para a vida


Leituras:Ezequiel 33,79;
Salmo 94;
Romanos 13,8-10;
Mateus 18,15-

23º Domingo do Tempo Comum (07.09.08)
. A festa da Exaltação da Santa Cruz teve origem na Dedicação da Basílica da Ressurreição. Há uma ligação com os mistérios da Morte e Ressurreição de Jesus. Ele diz para Nicodemos que é preciso nascer do alto. Ele compara sua morte para a Redenção à serpente que Moisés levantara no deserto para curar os que eram picados pela serpente. A árvore da Cruz está em relação com a árvore do Paraíso de onde viera a morte. Jesus passa pelo suplício da Cruz para manifestar o amor do Pai. 2. Jesus se esvaziou de si mesmo, assumindo nossa humanidade para nos redimir. A abnegação de si que Cristo faz, abre para Deus o espaço de redenção. A humildade, realidade presente em Deus, é o caminho para Jesus receber a glorificação de sua divindade. Se não nos esvaziarmos, não caminharemos para Deus. 3. Somos chamados a renovar nossa fé em Cristo Redentor crucificado. Já foi glorificado, mas permanece para nós o mistério da Paixão para ser vivido e imitado. Somos chamados a caminhar como Ele caminhou. Para isso é preciso ter os mesmos sentimentos de Cristo em sua humilhação para chegar à glorificação.





Reflexões do Padre Paulo

Setembro é o mês que a Igreja dá maior importância à Bíblia. Ela deve ocupar o lugar mais importante na vida do cristão não só no mês de setembro, mas sim todos os dias de nossa vida, porque nela estão contidas verdades importantíssimas para a nossa salvação. Por isso a melhor homenagem que podemos fazer a ela não é em nossas liturgias, mas sim a acolhendo e procurando vivê-la na vida de cada dia.
Nela temos respostas para as mais variadas situações de nossa vida. Nela temos uma resposta concreta para uma situação de erro e, a nossa duvida para qual a melhor atitude: Falar ou Calar? As leituras deste domingo nos ajudam a encontrar a resposta.
Ezequiel, um grande profeta, na primeira leitura se apresenta como uma sentinela que Deus colocou para vigiar os homens, para estar atento à história da humanidade, do povo de Deus e sempre dar o alarme quando o povo corre algum risco.
A função da sentinela não é a da delação, como Ezequiel não era o profeta da delação, mas sim alimentar a Esperança naqueles que se afastaram de Deus, mostrando que Deus não esqueceu e nem abandonou a ninguém, porque eterno é seu amor.
Deus continua a nos amar, nunca deixou de lado seu amor. Por isso, chama sempre Profetas entre nós, para serem sentinelas que alertem o mundo e os homens para o verdadeiro amor de Deus. Nós podemos ser esses Profetas-Sentinelas responsáveis por nós e por nossos irmãos.
Quando isso acontece é sinal que compreendemos o Amor, o sentimento maior. Este amor, São Paulo, na segunda leitura, que o Amor é a Plenitude da Lei e sugere o modo de corrigir o irmão que erra.
O verdadeiro amor não deixa as pessoas se afundarem no erro, presas a seus defeitos, corrige com humildade, fraternalmente, pela caridade estabelecendo comunhão com o irmão.
Como corrigir o irmão que errou e provocou conflitos na comunidade? É a resposta que Jesus vai dar no Evangelho propondo um caminho de várias etapas: o encontro pessoal com esse irmão, a sós, para buscar a verdade que cura e liberta; caso não haja entendimento, pedir ajuda de pessoas sábias, sensíveis e prudentes; não havendo solução, levar a Comunidade ajudar o irmão que está no erro a redescobrir a santidade do caminho cristão. A intervenção da comunidade deve ser sempre no amor.
Persistindo o erro, o irmão fez a sua escolha de não comungar do mesmo ideal, do mesmo amor, fez a escolha de se excluir da comunidade cristã. Mas é de se deixar claro que a Igreja não exclui ninguém, apenas respeita a liberdade de cada um. Se o irmão não aceita o Reino de Deus em sua vida, a Igreja vai seguir o seu caminho com aqueles que entenderam a proposta de Jesus.
Fica o convite para nós sermos Sentinelas, atento à nossa história e alertando para o a possibilidade de erro que possa afastar as pessoas do Reino de Deus e estarmos prontos para corrigir usando a linguagem universal: o Amor. A resposta foi dada, não podemos nos calar diante do erro dos irmãos, mas no Amor sermos sinais de conversão.

Pe Paulo Henrique Facin




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