quarta-feira, setembro 17

25º Domingo do Tempo Comum (21.09.08)

Leituras:Isaias 55,6-9;
Salmo 144;
Filipenses 1,20c-24.27ª;
Mateus 20, 1-16


1. A parábola explica como Deus age em seu Reino. Jesus mandara pedir operários. Aqui é o Pai que vai em busca de operários, em diversos momentos do dia. A parábola quer resolver o problema da relação dos cristãos que eram judeus com os cristãos que eram pagãos. Não poderia haver igualdade. Por isso se fala do mesmo pagamento para todos, não olhando o tempo de serviço, quer dizer, os direitos dos que eram judeus.
2. A parábola é estranha, pois usa um sistema de pagamento diferente. Paga o mesmo salário para todos que trabalharam, mesmo sendo só uma hora. Houve reclamação. Deus age com justiça, mas também com generosidade. Deus não privilegia os que fizeram pouco. A parábola insiste com os cristãos judeus que os pagãos são iguais a eles, mesmo tendo chegado só agora para o Reino de Deus. Jesus critica os chefes do povo por não se converterem como os pecadores. Essas realidades estão presentes também nas comunidades.
3. São Paulo nos diz que é a mesma coisa estar com Cristo na alegria do Céu e trabalhar por Ele na terra. O importante é viver à altura do Evangelho de Cristo, agindo como ele, com largueza, não só com justiça. Cristo é nosso salário generoso.


Padre Paulo nos fala...

A Liturgia nos leva a refletir novamente sobre a Igreja, na qual somos convidados a trabalhar, pois é dirigido, também a nós o apelo da parábola dos trabalhadores da vinha: “Ide vós também para a minha vinha”.
Mas nos perguntamos: qual será o critério de Deus na recompensa pelo trabalho realizado? Há diferença entre os “operários da vinha do Senhor”? As leituras desta liturgia nos dão a resposta, nos ensinam e convidam a pensar como Deus.
Na primeira Leitura, o profeta Isaías lembra que os pensamentos e os caminhos de Deus nem sempre coincidem com os nossos. Seu modo de agir nem sempre é conforme o que achamos que seja o mais justo, mas Deus segue sempre um caminho todo próprio. Deus não julga pela eficiência, mas pela necessidade... Deus mede muito mais pelo amor, do que pelo produto realizado.
A segunda Leitura, o apóstolo Paulo procura dar uma resposta à uma pergunta que norteia a vida do ser humano: que sentido tem a vida? Apresentando um testemunho de vida mostra que fez de Cristo o centro de sua vida. "Para mim o viver é Cristo, e o morrer um lucro".
O Evangelho destaca que Deus oferece a Salvação a todos, sem considerar a antiguidade na fé, ou os créditos pelo trabalho realizado. Nele conhecemos um pouco mais do amor do nosso Deus, que vê a todos nós como úteis na construção de seu Reino.
Na Parábola da VINHA, que é exclusiva de Mateus, encontramos: um patrão que contrata trabalhadores para a sua vinha, em vários momentos em vários momentos do dia; no final do dia acontece o acerto de contas, paga uma diária completa a todos; observamos a maneira do mundo pensar se diferenciando da maneira de pensar de Deus, os primeiros reclamam indignados: "Eles trabalharam apenas uma hora, e tu os igualaste a nós", o dono da vinha responde ao primeiro descontente: "Não sou injusto contigo. Não tinhas combinado comigo uma diária? Estás com inveja, porque eu sou bom?"
A ideologia vigente no mundo é marcada pelo capitalismo e mercantilismo, onde quem produz mais tem o direito de receber mais, justificando a competição acirrada que se instalou no mundo, se completando com a visão de ser humano como um rival que precisa ser eliminado para que eu possa lucrar mais. E o Evangelho mostra a visão diferenciada de Deus. Deus não é um negociante que contabiliza os créditos dos homens para depois lhes pagar conforme a quantia produzida. Ele é um Pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e que derrama sobre todos o seu amor. Ele nos dá muito mais que merecemos...

por Padre Paulo Henrique Facin

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